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| O atacante Hulk impulsionou o Atlético rumo aos títulos da Copa do Brasil e do Brasileiro de 2021 (foto: DOUGLAS MAGNO/AFP) |
Quase cinco anos após desembarcar em Belo Horizonte para vestir a camisa do Atlético-MG, Hulk chega a mais uma decisão carregando o peso — e o privilégio — de ser um dos maiores nomes da história recente do clube. Neste sábado, em Assunção, o ídolo alvinegro disputa sua décima final pelo Galo, tendo a chance de, enfim, erguer seu primeiro troféu internacional com o manto preto e branco.
Desde sua chegada em 2021, o camisa 7 coleciona final atrás de final: são nove decisões, sete títulos e a reescrita de capítulos importantes do futebol mineiro. Mas a Copa Sul-Americana oferece algo que ainda falta na prateleira do atacante: uma conquista fora do país, com impacto continental.
O início de tudo: por que Hulk escolheu o Atlético
Antes de pisar na Cidade do Galo, Hulk avaliava propostas de vários centros do futebol mundial. O retorno ao Brasil estava nos planos, mas precisava ser encaixado com cuidado. Foi aí que a combinação entre projeto esportivo, ambição e confiança fez o Atlético largar na frente.
Duas figuras foram determinantes para que a negociação tomasse o rumo certo: o então diretor de futebol Rodrigo Caetano e a advogada e representante do jogador, Marisa Alija. Em conversa com o ge, Marisa relembrou a convicção que o atleta tinha na escolha:
“A gente queria que ele viesse para uma equipe em que pudesse jogar, decidir, ser protagonista pelo próprio mérito. Quando o Rodrigo assumiu no Atlético, entendemos que era o lugar certo para isso acontecer.”
A aposta deu certo já no primeiro ano. Em 2021, Hulk liderou um dos maiores times da história do clube, vencendo Campeonato Mineiro, Brasileirão e Copa do Brasil. O título nacional, inclusive, tirou o Galo de uma fila de meio século.
Um ídolo acumulando finais
Com Hulk, o Atlético alcançou um patamar de competitividade que devolveu ao torcedor a sensação de protagonismo permanente. Desde 2021, o time chegou a decisões internacionais, nacionais e estaduais, transformando o camisa 7 em peça central de cada campanha.
Todas as finais de Hulk pelo Atlético-MG
- Campeonato Mineiro: 2021, 2022, 2023, 2024, 2025 — 🏆🏆🏆🏆🏆
- Copa do Brasil 2021: 🏆
- Supercopa do Brasil 2022: 🏆
- Copa do Brasil 2024: ❌
- Copa Libertadores 2024: ❌
- Copa Sul-Americana 2025: ⏳ (decisão neste sábado)
Dor, frustração e a derrota que marcou
O sonho de conquistar uma taça internacional quase veio no ano passado, na final da Libertadores contra o Botafogo. Hulk jogou a partida toda, mas viu o título escapar mesmo com o adversário atuando grande parte dos 90 minutos com um jogador a menos.
Segundo Marisa, foi um dos momentos mais difíceis da carreira dele:
“Normalmente ele precisa de um ou dois dias para digerir derrotas. Aquela final foi diferente. Ele levou mais de uma semana para conseguir conversar sobre o jogo. Chorou muito. Ficou profundamente decepcionado.”
“Se precisar deixar a vida, a gente deixa”
Nesta semana decisiva no Paraguai, Hulk reforçou o quanto essa final tem peso especial:
“É o jogo de nossas vidas. Talvez o mais importante desde que cheguei ao Galo, ao lado da final da Libertadores. Não quero que aquilo se repita. Se tiver que deixar a vida lá dentro, a gente vai deixar.”
O espírito de resiliência do camisa 7 também foi destacado por sua representante:
“Ele vê possibilidade em tudo. Mesmo nos momentos ruins, ele busca um jeito. Trabalha para o grupo, vibra com os companheiros. É assim desde o primeiro dia.”
Entre os gigantes da história alvinegra
Rodrigo Caetano, hoje diretor executivo da Seleção Brasileira, não esconde a admiração pelo atacante que ajudou a trazer para BH:
“Hulk estará entre os três maiores ídolos da história do Atlético. É merecido. Profissional exemplar, caráter impressionante. É um amigo. Torço por ele e pelo clube.”
Ele ainda reforçou que sua ligação com o Atlético vai além da carreira:
“Minha relação com o clube é afetiva. O Atlético e sua torcida fazem parte da minha vida. Sempre torço pelo Galo.”
O capítulo que falta
À beira de completar meia década no clube e com a Cidade do Galo como segunda casa, Hulk tem a chance de marcar definitivamente seu nome na história alvinegra também fora das fronteiras nacionais.
Neste sábado, o Galo entra em campo no Defensores del Chaco carregando não apenas a busca por um título inédito, mas a oportunidade de ver seu maior líder atual completar uma jornada que começou com fé, ambição e um projeto bem desenhado.
Para Hulk, é o momento de transformar a dor da última final em combustível. Para o torcedor atleticano, é a chance de ver seu camisa 7 gravar mais um capítulo eterno.
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