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Vexame na Arena MRV: Atlético-MG mostra desinteresse e prova, mais uma vez, que há “corpo mole” em campo

Atlético-MG x Palmeiras — Foto: Fernando Moreno/AGIF

Análise | Belo Horizonte & Vespasiano (MG) — 4 de dezembro de 2025 | Por Galo360

A derrota por 3 a 0 para o Palmeiras, na Arena MRV, não foi apenas mais um resultado ruim do Atlético-MG. Foi a confirmação, na minha leitura, de um sintoma que vem se repetindo: jogadores que não se entregam, ausência de compromisso e uma atuação que beira o descaso — como vimos na eliminação para o Lanús pela Sul-Americana.

Não é possível separar o placar do que aconteceu nas arquibancadas. O público, menor que o costume na Arena MRV, passou da indignação às vaias e cobrou atitude. Parte da torcida deixou o estádio antes do apito final; outra parte ficou para protestar. E isso tem razão: a equipe não demonstrou o mínimo de entrega que a caserna atleticana espera quando o assunto é honra do manto alvinegro.

Erros que não são só técnicos — são sinais de desinteresse

O jogo escancarou falhas elementares. No lance do primeiro gol, a defesa caminhou para o erro: recuo mal feio, posicionamento falho e um atacante palmeirense aproveitando sem contestação. Aos 20 minutos, Arana falhou no corte e Allan completou. Dois presentes dados ao adversário em menos de vinte minutos — atitudes que, para mim, não soam como mera desatenção; soam como falta de vontade de brigar.

Sampaoli tentou corrigir, trocando Alonso por Bernard — mudança que trouxe reação e volume ofensivo. O time teve momentos de intensidade, criou chances, bateu na trave e levou pressão ao rival quando este ficou com dez. Mas atitude esporádica não apaga as primeiras 45 minutos entregues. Quem começa mal precisa ser marcado e cobrado com mais força; isso não aconteceu de forma contundente.

Lanús e Palmeiras: dois exemplos do mesmo problema

A eliminação diante do Lanús foi, ao meu ver, um marco do que vemos agora: erros sem resposta; faltou reação e sobrou acomodação. Contra o Palmeiras, a sensação é a mesma — acrescida de frustração por ver a Arena MRV virar palco de protesto. Não estou dizendo que não haja esforço individual; alguns jogadores correram, tentaram, salvaram lances. Mas o coletivo, a intensidade do time como unidade, ausentou-se por longos trechos.

Responsabilidade dividida — jogadores, comissão e direção

Quando a torcida grita por raça e chama a hora da diretoria, há um ponto óbvio: a responsabilidade é compartilhada. A comissão técnica precisa extrair compromisso diariamente; a direção precisa mostrar plano claro; e os jogadores, sobretudo os mais experientes, têm o dever de puxar a fila. Hoje, nenhum desses elos cumpriu seu papel de forma satisfatória.

A postura de alguns atletas dá margem à crítica de “corpo mole”. É uma expressão dura, eu sei; porém, quando um elenco não sustenta o padrão mínimo de luta, ela diz respeito ao comportamento coletivo e não a exceções individuais.

O que falta para o Galo — e o que eu espero ver

  • Entregar-se ao jogo desde o primeiro minuto: sem aceitação passiva de erros simples;
  • Mais cobrança interna: líderes em campo que não permitam recuos de atitude;
  • Clareza tática: evitar improvisações que exponham a defesa;
  • Compromisso com a torcida: reapresentar respeito pela camisa do Atlético-MG em Minas Gerais.

Se o Atlético quer sonhar com a pré-Libertadores ou, ao menos, encarar com dignidade a Sul-Americana, precisa mais do que lampejos: precisa de constância, aplicação e um mínimo de confronto com a própria mediocridade que ronda o elenco.

Palavras finais

O resultado contra o Palmeiras (3 a 0) escancarou algo que eu já vinha cobrando: não há entrega suficiente. Chamar isso de “vexame” é duro, mas condiz com a sensação nas arquibancadas e com o rendimento em campo. O torcedor do Galo merece explicações — e, acima de tudo, merece ver jogadores que suem a camisa até o último minuto.

A última rodada servirá para, no mínimo, medir honestidade competitiva: jogadores que jogam por amor ao clube, ou atletas que enxergam a partida como mera obrigação. Eu espero ver o primeiro grupo. Até lá, a cobrança seguirá alta — e justa.

Ficha técnica — Atlético 0 x 3 Palmeiras | Arena MRV, Belo Horizonte | 3/12/2025 | Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS) | VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

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